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Rios do Pantanal: Rio Aquidauana

Por 31 de agosto de 2023Rios do Pantanal
Rio Aquidauana. Fonte: Campo Grande News

É impossível falarmos sobre o Pantanal sem citar os rios que atravessam o bioma. O Pantanal depende da água para existir como é, e são os rios que trazem os grandes volumes de água que extravasam as margens e preenchem a paisagem, formando a maior planície alagável do mundo!

Vem aí mais um post da série “Rios do Pantanal”, onde apresentaremos os principais rios que formam a planície pantaneira, seus afluentes e curiosidades. Dessa vez, conversaremos sobre o Rio Aquidauana.

Rio Aquidauana. Fonte: Campo Grande News.

Foto: Rio Aquidauana. Fonte: Campo Grande News.

Rio Aquidauana MS

Conheça a sua ficha técnica:

Onde nasce: Serra de Maracaju, no município de São Gabriel do Oeste – MS

Extensão: 620 km

Onde deságua: Rio Miranda na região do Pantanal

Rios Afluentes: Os principais são o ribeirão Taquaruçu, o rio Dois Irmãos e o rio Cachoeirão, todos afluentes da margem esquerda.

 

Características do Rio Aquidauana MS

A beleza natural do estado de Mato Grosso do Sul é reafirmada com o Rio Aquidauana, uma área de aproximadamente 21.369 km² que se estende pelas porções norte e centro-oeste do estado.

Como você viu na ficha na seção anterior, o Rio nasce na Serra de Maracaju, ao norte do estado, e sua jornada culmina com o deságue no Rio Miranda.

Percorrendo uma extensão de 620 km, o Rio Aquidauana cruza diferentes ecossistemas, abraçando tanto o Pantanal sul-mato-grossense quanto o cerrado, conferindo-lhe uma beleza incrível.

Mapa da localizalização do Rio Aquidauana. Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Mapa da localizalização do Rio Aquidauana. Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

A bacia hidrográfica abrange vários municípios, incluindo Anastácio, Aquidauana, Bandeirantes, Camapuã, Campo Grande, e outros formam parte desse conjunto. É importante ressaltar como o Rio Aquidauana possui grande importância socioambiental, porque sustenta muitas das comunidades presentes nos municípios.

A expansão das áreas de cultivo de soja, cana-de-açúcar e eucalipto, principalmente no médio e alto curso, refletem o crescimento econômico da região. Porém, é importante ressaltar a visível transformação da paisagem de áreas de cobertura vegetal natural para monoculturas plantadas. Há também fortalecimento do agronegócio, notadamente na produção de carne bovina.

O estudo da Bacia do Rio Aquidauana é um convite para a compreensão das complexidades das interações entre o ecossistema fluvial e a sociedade. A análise rigorosa dos processos de assoreamento, o desmatamento e seus desdobramentos, bem como as implicações socioambientais, fornecem uma base para a formulação de estratégias de conservação ambiental.

Na tabela abaixo você confere os municípios da bacia hidrográfica. Ela foi retirada do artigo “Implicações do uso e ocupação do solo para o planejamento e gestão ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Aquidauana, Mato Grosso do Sul”.

 

Tabela "Municípios pertencentes à bacia hidrográfica do rio Aquidauana"

Tabela “Municípios pertencentes à bacia hidrográfica do rio Aquidauana”

Uma curiosidade final é de onde vem o nome do Rio “O rio Aquidauana era conhecido como Aquidabã. Daí o nome atual, fixado pela língua indígena, que normalmente pronunciava o b com som próximo da vogal u e expandia as nasais, acrescentando e ou a Aquidaban para Aquidauane (como aparece em relatos do início do século XIX), fixando-se Aquidauana”. Esta explicação está presente no livro “História de Mato Grosso do Sul” de Campestrini e Guimarães.

Ameaças do Rio Aquidauana

A parte alta do Rio Aquidauana, conhecida como montante, já foi um cenário de exploração aurífera, onde garimpeiros buscavam seu tesouro sob as margens e leito do rio. Embora esses dias tenham passado, novos desafios continuam surgindo, colocando em risco a integridade desse precioso recurso hídrico.

O aumento na degradação de matas ciliares e da vegetação nativa, principalmente na região do planalto, aceleram o processo de erosão. Sem vegetação para proteger os cursos d’água, os afluentes, brejos e córregos do rio testemunham a erosão dos solos, acelerando os níveis do assoreamento na calha do rio.

O resultado desse assoreamento é um leito de rio mais raso e estreito, suscetível a alagamentos e cheias, como visto em eventos históricos como a enchente de 1988. No entanto, esse não é apenas um desafio ambiental; é profundamente enraizado em questões sociais e urbanas.

Além do assoreamento, a criação de áreas de extração de areia, a descarga de esgoto e outras interferências antrópicas alteraram a dinâmica natural do rio.

Para garantir a sobrevivência e a saúde contínua do Rio Aquidauana, medidas rigorosas de conservação e planejamento são cruciais. O combate à erosão, o reflorestamento das áreas ciliares e a implementação de práticas agrícolas sustentáveis podem conter o ciclo de assoreamento. Além disso, a educação ambiental e o engajamento das comunidades locais desempenham um papel vital na promoção da conscientização e na conservação das águas.

O Rio Aquidauana enfrenta desafios antigos e novos, mas sua importância permanece inquestionável. Como um curso d’água que conecta ecossistemas, histórias e vidas, é nossa responsabilidade coletiva proteger e nutrir esse tesouro natural. Com ações conscientes e uma abordagem colaborativa, podemos assegurar que as águas do Rio Aquidauana continuem fluindo, alimentando gerações presentes e futuras.

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Rio Aquidauana. Luiz Maique Melo/Reprodução.

Rio Aquidauana. Foto: Luiz Maique Melo/Reprodução.