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Conheça as 4 principais ameaças para o Pantanal

Provavelmente você ouviu falar dos incêndios florestais no Pantanal em 2020. As tristes cenas de animais queimados e áreas enormes de mata nativa queimando chamaram a atenção do mundo para este bioma no coração do Brasil, conhecido por suas secas e cheias, além da enorme biodiversidade que ele abriga. Porém, não é só o fogo que ameaça a maior planície alagável do mundo. Fizemos uma lista com as principais ameaças para o Pantanal:

1 – Seca prolongada

O Pantanal é um bioma altamente dependente da água. Essa água que abastece a planície pantaneira vem em sua grande maioria dos rios que nascem no planalto, no entorno do Pantanal, nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual). Ao contrário do que parece, o Pantanal não é um pântano, pois em grande parte, não fica alagado permanentemente. Ao longo do ano, o bioma passa por períodos de cheia e seca, ou pelo menos era assim que deveria acontecer naturalmente. Devido a fatores como as mudanças climáticas e a degradação do Cerrado e Amazônia, os volumes de chuva tem diminuído e o Pantanal está enfrentando períodos de seca muito severos e mais recorrentes, o que pode levar o bioma a um processo de desertificação ao longo das décadas.

Jacaré queimado ao lado da Transpantaneira em setembro de 2020. Foto: Gustavo Figueirôa

2 – Desmatamento no planalto

Como citamos acima, grande parte da água do Pantanal vem de fora, do planalto. E é no planalto onde a paisagem foi mais modificada, com substituição de mata nativa por monoculturas (soja, milho e etc.) ou para pastagem. Essa alteração do solo de forma desenfreada, não respeitando as Áreas de Proteção Permanente (APP) no entorno de rios e nascentes, acarreta problemas enormes como o assoreamento dos rios: acúmulo de terra, lixo ou matéria orgânica no fundo de um rio, geralmente ocasionado quando o curso d’água não possui matas ciliares (vegetação nas margens do rio). Sem a proteção natural das matas, o vento e a chuva levam a camada superficial do solo em direção aos rios, o que resulta em danos ambientais, como a elevação do leito (dificultando a navegação) e diminuição do volume de água nos períodos mais secos.

Desmatamento às margens do Rio Taquari no planalto. Foto: Documenta Pantanal

3 – Fogo

O fogo é a ameaça mais visível e que esteve em maior destaque nos últimos anos. Incêndios florestais no Pantanal ocorrem devido a uma soma de fatores, como a seca, o acumulo de matéria orgânica e ação humana. Mais de 95% dos incêndios são iniciados por ação humana, sejam elas intencionais ou não. Apesar de os incêndios acontecerem antes da ocupação humana no bioma, a frequência e a intensidade desses eventos está trazendo consequência desastrosas para o meio ambiente, comunidades e para a economia local.

Fogo consumindo a região de Miranda – MS. Foto: Gustavo Figueiroa

Em 2020, mais de 3,9 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas no Pantanal, e a tendência de anos mais quentes e secos indica que o cenário pode piorar em um futuro próximo.

 

4 – Barragens

Um problema pouco conhecido para os rios do Pantanal é a existência de PCH’s (Pequenas Centrais Hidrelétricas), usinas menores do que as tradicionais, mas que também usam a força e a velocidade da água para gerarem energia. Essas usinas são construídas em rios menores que abastecem o Pantanal, interrompendo e dificultando o fluxo natural da água nos rios, deixando-os com níveis reduzidos ao longo do ano, além de atrapalhar a reprodução de diversas espécies de peixes que precisam subir o rio para a desova.

Represa que alimenta uma PCH. Foto: Internet

Tudo conectado

Todos estes fatores citados acima estão conectados. As mudanças climáticas, potencializadas pelo desmatamento, somado as PCHs, aumentam os cenários de seca extrema. A seca extrema cria um cenário perfeito para incêndios florestais mais intensos, colocando em risco o equilíbrio ambiental de um dos biomas mais ricos do planeta.

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