*Por Fábio Paschoal
No final de outubro, começo de novembro, começam as chuvas que anunciam a temporada de cheia no Pantanal. O rio Paraguai e seus afluentes recebem mais água do que conseguem suportar, transbordam, ocupam os campos abertos e transformam o bioma na maior planície inundável do mundo.
A chegada da água trás uma explosão de vida. As árvores, castigadas na estação da seca, voltam a produzir folhas verdes. Muitas aves aproveitam a abundância de frutos e começam a estação de acasalamento, aumentando a chance de sobrevivência dos filhotes. Os mamíferos se deslocam para partes mais elevadas, onde podem dormir e procurar alimento ou saem do Pantanal em busca de terras secas. Já os répteis e anfíbios se sentem mais a vontade para sair.
Os campos abertos, antes habitados por animais terrestres, dão lugar aos patos, jacarés e inúmeras espécies de peixes que procuram alimento e lugar para desova, junto às plantas aquáticas que começam a crescer.
Quando as chuvas param, a água começa a deixar a planície e a temporada da seca se inicia. Mas isso é assunto para o próximo post.
Observação: Algumas pessoas dizem que o Pantanal tem quatro estações (chuvas, cheia, vazante e seca), mas a maioria separa somente entre seca e cheia.
*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo do SOS Pantanal e da GreenBond.