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Monitoramento do fogo no Pantanal: Cooperação entre LASA e SOS Pantanal

Por 25 de agosto de 2020agosto 9th, 2023Incêndios no Pantanal

Nesta semana, iniciamos uma cooperação que tem tudo para virar uma grande parceria com o LASA. Esta parceria tem o objetivo de melhorar a qualidade e velocidade das informações sobre os incêndios do Pantanal. 

Utilizando o sistema “ALARMES”, o LASA irá fornecer ao SOS Pantanal um relatório semanal de atualizações sobre os incêndios no Pantanal, que será divulgado pela instituição. Com a geração e divulgação de informações científicas de maneira mais rápida e precisa, essa cooperação contribuirá imensamente para gestão do bioma e tomada de decisões futuras de combate ao fogo.

Focos de incêndio na região da Serra do Amolar. Fonte: IBAMA/PrevFogo

LASA/UFRJ

O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA) tem com uma de suas principais ações o desenvolvimento de técnicas de sensoriamento remoto aplicadas ao monitoramento da atmosfera e superfície terrestre.

Através das pesquisas desenvolvidas pelo laboratório é possível aplicar e desenvolver  técnicas de  sensoriamento remoto, realizando análises das alterações ambientais em áreas urbanas, rurais e preservadas; monitorar  via satélite o uso e ocupação do solo, em especial o monitoramento de incêndios florestais e queimadas, dentre outras ações.

O LASA, em conjunto com o Instituto Dom Luiz, da Universidade de Lisboa, e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, desenvolveu uma técnica de monitoramento pioneira no Brasil que calcula a extensão atingida pelo fogo no bioma em tempo quase real. O sistema, batizado de ALARMES (Alerta de Área Queimada com Monitoramento Estimado por Satélite) tem como principal objetivo auxiliar as equipes que atuam no combate aos incêndios florestais, em especial os brigadas do Ibama/PrevFogo, parceiros da iniciativa. O sistema desenvolvido está no âmbito do projeto Andurá, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 

Sobre o ALARMES (Alerta de Área Queimada com Monitoramento Estimado por Satélite) 

Atualmente a principal técnica de alerta de queimada feita por satélite é através da identificação de focos ativos de calor, mas o cálculo da extensão da área atingida pelas chamas não é feito de forma ágil. O monitoramento posterior das áreas queimadas, além de muito custoso, pode demorar até 3 meses, dificultado a tomada de decisões dos gestores. O que o ALARMES faz é justamente preencher essa lacuna existente, calculando através de imagens de satélite a extensão dessa área queimada.  Quatro sinais são utilizados para monitoramento as queimadas via satélite: focos de calor, emissões de fumaça, cicatrizes da vegetação devastada e acúmulo de carvão na superfície (os dois últimos são usados para o cálculo da área queimada).“O nosso sistema de alerta  consegue fornecer a área queimada num curto espaço de tempo, com apenas um dia de atraso. Em tempo quase real. O satélite passou ontem, a imagem já é processada e no dia seguinte já temos a estimativa da área que queimou. Essa é a grande diferença”, pontua Renata Libonati, professora do Departamento de Meteorologia do Instituto de Geociências da UFRJ.

Mapa atualizado das áreas queimadas no Pantanal. Fonte: LASA/UFRJ

 

Como o ALARMES poderá contribuir com o Pantanal

O sistema ALARMES já foi testado em diversas vegetações espalhadas pelo mundo:  Oceania, América do Norte e África, além do Cerrado brasileiro e agora, a fim de contribuir para o combate aos incêndios que acometem o Pantanal,  testes de utilização do sistema estão sendo desenvolvidos no bioma.

O ALARMES, além de ser uma ferramenta de super valia para os gestores ambientais fornecendo dados pioneiros e rápidos sobre a extensão atingida pelo fogo,  traz benefícios enormes à sociedade, que consegue visualizar a dimensão real das catástrofes provocadas pelo fogo, agilizando as iniciativas de contenção do fogo e acelerando o processo de punição dos responsáveis.

Esse é o início de uma cooperação entre instituições que pode gerar frutos futuros para a proteção e monitoramento do bioma Pantanal.

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2 Comentários

  • Natalia disse:

    Gostaria de saber porque não fizeram este sistema de “ALARMES” antes, milhares de animais estão mortos pela incompetência de governo. Médicos veterinários lutando pelas vidas dos mesmos sem nenhum suporte necessário, tendo que pessoas façam movimentos para ajudá-los, é absurdo é deplorável o sistema do nosso Brasil.

    • Pantanal disse:

      O sistema já existia, e já vinha alertando as autoridades há mais de um ano. Os avisos já vem há tempos, falta mesmo é mais investimentos e preparação de equipes para prevenção e combate.