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Rios do Pantanal: Rio Miranda

Por 18 de março de 2022Notícias, Rios do Pantanal

Foto: Jean Fernandes / Arquivo Ecoa

 

Não é possível falarmos sobre o Pantanal sem citar os rios que atravessam o bioma. O Pantanal depende da água para existir como é, e são os rios que trazem os grandes volumes de água que extravasam as margens e preenchem a paisagem, formando a maior planície alagável do mundo!

Esse é mais um post da série “Rios do Pantanal”, onde apresentaremos os principais rios que formam a planície pantaneira, seus afluentes e curiosidades. Dessa vez, trazendo informações sobre o Rio Miranda.

Ponte sobre o Rio Miranda. Foto: Divulgação

Ficha técnica

Onde nasce: na região da Serra de Maracaju, nos municípios de Ponta Porã e Bela Vista

Extensão:  765 km (integralmente no território brasileiro).

Onde deságua: município de Corumbá, no rio Paraguai.

Rios Afluentes: rio Aquidauana, rio Nioaque, rio Salobra, rio Formoso, rio da Prata, rio Chapena, rio do Peixe e outros de menor extensão.

 

Características

A Bacia Hidrográfica do Rio Miranda (BHRM) possui uma área de aproximadamente 44.740.50 km², abrangendo 23 municípios do Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 12% da área total do estado. 

O Rio Miranda é formado no encontro do rio Roncador com o córrego Fundo, nos limites dos municípios de Jardim e Ponta Porã – MS, e deságua no Rio Paraguai, em Corumbá – MS. Autor: João Scremin Dias

O encontro do Córrego Fundo com o Rio Roncador forma o rio Miranda, que por sua vez, tem grande influência na formação do Pantanal, sendo um dos responsáveis pelo regime de inundação na porção sul do bioma. Nos períodos de cheia,, o volume do rio aumenta muito, o que dificulta um pouco a vida dos pantaneiros. Porém, em outros períodos, este mesmo rio pode ter trechos rasos demais para a navegação.

O rio nasce no planalto e desce para a planície pantaneira, tornando-se sinuoso. Inclusive, uma das características físicas dele é justamente o relevo contrastante entre terras baixas e periodicamente inundáveis da planície pantaneira e as terras não inundáveis dos planaltos, serras e depressões. 

Rio Miranda na planície pantaneira
Foto: Margi Mosso

Outro ponto importante é a diversidade na fisionomia das vegetações: a área da bacia próxima às nascentes era recoberta por Cerradão e as planícies, pelo Campo Limpo. Porém, grande parte desse Campo vem sendo substituída por plantações de gramíneas exóticas para pastagem de gado.

Dos 23 municípios que são banhados pelo rio Miranda, 15 deles se encontram em áreas urbanas, revelando, portanto, um papel importante na economia do Mato Grosso do Sul, destacando-se em setores de turismo de pesca esportiva, agricultura irrigada e abastecimento urbano. As belezas naturais da região e das águas cristalinas de uma boa parte dessa  bacia vem aumentando o interesse pela visitação por parte dos turistas, o que é uma ótima oportunidade para o  incentivo do turismo ecológico, principalmente na região do Pantanal e Bonito.

Encontro das águas do Rio Miranda com o Rio da Prata. Foto: Margi Mossi

 

Ameaças

A  pecuária é um dos sistemas produtivos que mais marca a região da bacia, chegando a atingir 12 tipos de criações diferentes, sendo eles: asininos, bovinos, bubalinos, caprinos, codornas, coelhos, equinos, galinhas, galos e frangos, muares, ovinos e suínos.  Todas essas criações totalizaram, no ano de 2010, 20 milhões de cabeças.

Como essas áreas vêm sofrendo com o desmatamento tanto para pastagem, mas principalmente para agricultura, as margens do rio Miranda têm perdido sua proteção e sofrido com o assoreamento nas épocas de cheia (confira a nossa última notícia sobre isso)

Acumulo de matéria orgânica no Rio Miranda após fortes chuvas nas cabeceiras do rio. Foto: ECOA

 

Para sermos ainda mais claros, o uso da terra nos municípios dessa bacia totalizavam, em 2010, cerca de 1.654.041,47 hectares. Agora, longos anos depois, certamente houve um aumento das áreas desmatadas, colocando ainda mais em risco a qualidade das águas do rio, prejudicando além de toda a população, a fauna e flora que dele dependem.

 

 

Texto por: Aléxia Ferraz

Supervisão: Gustavo Figueirôa