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Restauração de áreas degradadas na Terra Indígena Cachoeirinha – Pantanal de Miranda – MS.

Por 13 de janeiro de 2021Notícias

2021 chegou com tudo e nada como um ano novo para renovar nossas esperanças e para nos dar ainda mais forças para lutar em prol da natureza. E como por aqui a gente não para, já iniciamos o novo ciclo com uma notícia fresquinha e de acalentar os corações.


O Laboratório de Ecologia da Intervenção (LEI) da UFMS, em parceria com a FUNAI que auxiliou na apresentação de demandas no Pantanal da Organização Caianas – Coletivo Ambientalista iniciou agora, em janeiro de 2021, um trabalho pioneiro de recuperação de áreas degradadas na Terra Indígena Cachoeirinha, Aldeia Mãe Terra, no Pantanal de Miranda – MS. Os incêndios que assolaram a região aconteceram mais intensamente em 2017, mas seus impactos podem ser sentidos até hoje.

 

Sementes recebidas pela comunidade. Foto: LEI

 

 

Essa pesquisa será utilizada como modelo para trabalhos de restauração de mais áreas degradadas pelos incêndios no Pantanal. A SOS Pantanal, claro, não poderia deixar de apoiar uma iniciativa tão incrível. 

A primeira visita técnica realizada pelas pesquisadoras do LEI (UFMS) foi animadora. Elas relatam que, apesar da área já estar bastante degradada, com processos erosivos avançados e com as nascentes já bem comprometidas, existe um profundo interesse por parte dos indígenas em restaurar com apoio técnico para revitalização do solo, água e vegetação e de contornar esse quadro.

 

O efeito do fogo dento da área. Foto: LEI

 

O efeito do fogo dento da área. Foto: LEI

 

A equipe do LEI foi muito bem recepcionada pelas lideranças indígenas da Terra Indígena Cachoeirinha, na aldeia Mãe Terra e além da enorme troca de conhecimentos, realizaram visitas diagnósticas em nascentes  degradadas da região. Membros da Organização Caianas apresentaram os Sistemas Agroflorestais sustentados pelo dedicado povo Terena. Mais importante do que levar conhecimento, elas ouviram o povo, suas conquistas e necessidades para, somente assim, traçar planos conjuntos de melhorias no local.

Neste primeiro momento foi identificada uma das áreas como sendo prioritária para intervenção, por conter uma nascente que abastece os rios da região e sua restauração outra beneficiar muitas famílias que dependem dessa água.  A equipe do laboratório, então, realizou um monitoramento do potencial de regeneração no local onde foram levantadas as espécies locais, densidade de indivíduos. Dessa forma, é possível traçar metas reais de plantio de mudas e sementes para a recuperação da área. 

 

Identificação de áreas prioritária para regeneração. Foto: LEI

 

Os próximos passos, já planejados para iniciarem na próxima semana são: cercar o olho d´água impedindo entrada de gado, retirar a vegetação exótica invasora do local e realizar o plantio de adubo verde e de mudas nativas no local.

Além disso a equipe também presenteou a população com guias de coleta e produção de mudas, algumas sementes de esforços nativas, de hortaliças, de adubo verde e realizaram demonstrações de como realizar o coroamento das mudas de forma mais duradoura com papelão. 

 

Sementes distribuídas as comunidades. Foto: LEI

 

Demonstração de como fazer o coroamento das mudas de forma mais duradoura demonstrar como fazer o coroamento das mudas de forma mais duradoura. Foto: LEI

 

O objetivo do projeto é a restauração socioecológica do Pantanal de maneira participativa, envolvendo todos os seus atores e trazendo frutos, não somente para a comunidade local, mas para todo o bioma pantaneiro. 

 

A SOS Pantanal tem imenso orgulho de fazer parte desta ação e deseja muito sucesso a todos nessa linda jornada. Os recursos investidos nesse projeto vêm da captação feita em 2020, durante os incêndios que assolaram o bioma.

 

Que 2021 venha cheio de boas novas e que traga ventos de paz e calmaria para nosso tão querido Pantanal.

 

Texto por: Fernanda Sá