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Expedição Pantanal: Fase 7 – Rio Verde

Por 28 de julho de 2020abril 14th, 2021Expedição Pantanal 2019, Notícias

Expedição Pantanal 2019 | Rio Verde 

Como você já sabe, a Expedição Pantanal 2019 foi um verdadeiro sucesso! Nossa equipe passou 25 dias visitando os principais projetos de conservação e pontos de ecoturismo da região. Dessa forma, buscamos aproximar laços e auxiliar na promoção do desenvolvimento sustentável do Pantanal. Ao todo, foram mais de 5.000 km percorridos por terra. Mais de 600 km percorridos por rios, 11 municípios, 20 empreendimentos ecoturísticos e 11 projetos de conservação visitados!

Após nossa passagem por um dos maiores pólos de ecoturismo e turismo de aventura do Brasil, na região de Bonito, seguimos o roteiro da Expedição rumo ao município de Rio Verde do Mato Grosso, que apesar do nome, fica no estado do Mato Grosso do Sul. 

Janela do Pantanal – Fazenda Igrejinha / Rio Verde do Mato Grosso

 

Instituto Tamanduá 

No caminho para Rio Verde, fizemos nossa primeira parada, bastante agregadora, para conhecer o Instituto Tamanduá. Situado na Fazenda Aguapé, em Aquidauana, o projeto atua diretamente na conservação dos Xenarthra: tatus, preguiças e tamanduás. Por meio de ações de pesquisa científica, educação e fomento à políticas públicas, o Instituto promove a proteção integral desses animais em vida livre e cativeiro.

Equipe do Instituto Tamanduá

 

Nós tivemos o prazer de conversar com a idealizadora da iniciativa, Flávia Miranda. Médica-veterinária, professora da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA) e fundadora do Instituto Tamanduá, a conservacionista nos ensinou muito sobre os animais da superordem Xenarthras, bem como os incríveis trabalhos para mantê-los conservados em seu habitat natural. Após uma passagem rápida por lá, seguimos nosso caminho para Rio Verde.

 

RIO VERDE DO MATO GROSSO 

Apesar do nome, a cidade está localizada no estado do Mato Grosso do Sul. Conhecida por ser o principal ponto de encontro dos pantaneiros, a cidade de Rio Verde do Mato Grosso nos proporcionou uma gratificante imersão na cultura do Pantanal. Logo que chegamos, já nos foi contada a história mais conhecida da região: há muitos anos, os moradores costumavam ficar ilhados em suas fazendas durante os períodos de cheia e muitas vezes incomunicáveis. Quando a água descia, todos corriam para a cidade a fim de receber seus pagamentos, conversar com os patrões, fazer compras e reabastecer os estoques das fazendas, por isso, a fama de “ponto de encontro”. 

Banda tocando na recepção da Expedição

Apesar da cidade não pertencer ao bioma Pantanal, visto que está localizado no planalto (no Cerrado), Rio Verde recebeu uma enorme influência dos pantaneiros e suas tradições. 

 

 

Associação Católica Kolping 

 

Nossa equipe foi recebida em Rio Verde com uma incrível festa pantaneira organizada pela Associação Kolping de Rio Verde. A entidade, sem fins lucrativos, busca colaborar com a sociedade por meio de ações nas vertentes sociais, culturais, religiosas, esportivas e educacionais.

Nesta festa estavam presentes o prefeito da cidade, Mário Kruger, acompanhado da primeira dama, além do presidente da Kolping, Alan Striquer, e outros diretores da instituição. A atração musical ficou por conta de um dos principais maestros da região, Isac Tubino da Silva, que no envolveu com músicas típicas pantaneiras. O maestro Isac é professor de música na escola Som do Pantanal e levou alguns alunos para tocarem na linda celebração. 

A culinária tradicional do Pantanal também foi um grande atrativo da festa. Pudemos saborear o famoso puchero e arroz carreteiro, sucos de frutas típicas e para finalizar, um bom tereré: bebida a base de erva-mate muito consumida na região.

A noite ainda nos reservou alguns ensinamentos sobre as vestes utilizadas pelo homem pantaneiro na lida do gado, sobre as “traias” utilizadas nos cavalos, ferramentas de trabalho dos peões, tais quais o berrante, laço, entre outros. Saímos da festa nos sentindo especialistas em cultura pantaneira, rs. 

Na manhã seguinte, antes de sairmos para conhecer as belezas a região, comemos um “quebra torto”, o café da manhã pantaneiro. O quebra torto é reforçado, para que os peões aguentem a lida do gado com energia. Enquanto comíamos, o Sr. Luizão do Berrante tocava lindamente o berrante, mostrando como um pantaneiro de verdade faz!

Luizão do Berrante

 

Fazenda Igrejinha 

Após o quebra torto, fomos conhecer a famosa Fazenda Igrejinha. Situada literalmente na borda entre o Pantanal e o Cerrado, a área da fazenda é muito conservada e possui várias trilhas de contemplação da natureza. Fomos recebidos pelo Beto Roque, proprietário do local. Ele nos acompanhou em uma das trilhas, que nos leva até a “janela do Pantanal”, o encontro do planalto com a planície, onde acaba o Cerrado e começa o Pantanal, ou seja, nós pudemos avistar o limite físico entre os dois biomas. 

Janela do Pantanal – Fazenda Igrejinha. Foto: Gustavo Figueirôa

Além deste mirante, também visitamos sítios de inscrições rupestres, onde há milhares de anos humanos pintavam suas histórias. O ponto de ecoturismo ainda trabalha a favor de um equilíbrio ambiental harmônico, protegendo desde o menor pássaro até o grande felino, de forma que todos sejam respeitados.

Inscrições rupestres na Fazenda Igrejinha

Inscrições rupestres na Fazenda Igrejinha

 

Igreja Pantaneira 

Após a surpreendente visita à “janela do Pantanal”, nós seguimos em direção a um dos maiores símbolos pantaneiros localizados em Rio Verde: a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, também conhecida como Igreja Pantaneira. Criada e executada pelo artista plástico Henrique de Aragão, a igreja apresenta diversos elementos decorativos que  foram modificados para retratar com fidelidade a cultura local. 

Placa da igreja

 

Entrada da igreja. Foto: Gustavo Figueirôa

Neste templo único, a representação de Jesus encontra-se cercada de tuiuiús – ave símbolo do Pantanal – além de outros signos marcantes do bioma, principalmente relacionados à biodiversidade e aos costumes tradicionais. Além de ser a Igreja Matriz de Rio Verde, ela também atrai inúmeros turistas e curiosos há anos, o que a torna praticamente um patrimônio do município.   

Parte interna da igreja – Altar

 

Balneário Quedas D’Água

Nossa última parada em Rio Verde foi no Balneário Quedas D’Água, uma estrutura localizada na frente de uma belíssima e convidativa cachoeira. O ponto atraí turistas de diversos lugares do país, devido a sua beleza cênica e a possibilidade do banho nas águas das cachoeiras.

Quedas D´água. Foto: Notícia de Rio Verde

 

Também fomos muito bem recebidos, visto que o pessoal da Associação Kolping já nos aguardava com um típico churrasco pantaneiro na brasa. Delicioso! Finalmente, tivemos a oportunidade de assistir também à uma apresentação de dança e de música pantaneira feita pelo Grupo de Dança do Instituto Mirim. Um verdadeiro espetáculo!

Grupo de Dança do Instituto Mirim

 

Grupo de Dança do Instituto Mirim

 

Grupo de Dança do Instituto Mirim

Depois desse mergulho profundo na cultura pantaneira, saboreando a culinária, vivenciado todos as manifestações típicas da arte e conhecendo os principais pontos de ecoturismo da região – com belezas cênicas únicas – partimos rumo à Cuiabá! Mas essa aventura você acompanha em nosso próximo post, que falará sobre a Fase 8 da Expedição Pantanal 2019.

Um comentário

  • Beto Roque disse:

    Excelente matéria, e parabéns, somente um correção, Rio Verde possui 45% de seu território, dentro do Bioma Pantanal, portanto, é também um município Pantaneiro, fico no Planalto o restante de seu território e seu núcleo urbano, abraços