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Posicionamento sobre a federalização da Transpantaneira

O Projeto de Lei 6378/19, que tramita em caráter conclusivo, tem o objetivo de federalizar, ou seja, transferir a Rodovia Transpantaneira para a alçada do Estado federal. Atualmente, a rodovia liga o município de Poconé/MT até Porto Jofre/MT, atravessando parte do Pantanal. 

Início da Rodovia Transpantaneira. (Foto: Divulgação)

O autor do projeto, deputado Emanuel Pinheiro Neto, acredita que a federalização e a construção completa de toda a Rodovia Transpantaneira (ligando Cuiabá/MT a Corumbá/MS) criam uma via alternativa para o tráfego na região. “Assim, o novo segmento possibilitará o escoamento da produção de grãos e o recebimento de insumos, além de possibilitar a integração com os modais hidroviário e ferroviário”, afirma ele.

O SOS PANTANAL NÃO CONCORDA COM A  FEDERALIZAÇÃO DA TRANSPANTANEIRA

De acordo com o nosso diretor-executivo, Felipe Dias, “a Transpantaneira foi concebida e traçada por sua grande beleza cênica. A estrada se destina à recreação e ao lazer, além de promover a integração homem-natureza e o desenvolvimento sustentável da região. Transformá-la em uma rodovia de escoamento de produção é inconcebível.”

Por que a federalização pode ser prejudicial à região?

O principal problema da federalização é a intenção de asfaltar a rodovia. Hoje, a Transpantaneira é uma “Estrada Parque”, ou seja, atua como uma Unidade de Conservação para uso sustentável dentro do bioma. Ao asfaltá-la, a tendência é que haja um aumento no volume de carros e caminhões, expandindo o tráfego na região.

Com essa ampliação, deve crescer também a taxa de animais silvestres atropelados, o que prejudica fortemente a biodiversidade de fauna local. Além de agravar os níveis de poluição (do ar e sonora).

Com a pavimentação da Transpantaneira, a fauna local estará ainda mais ameaçada. (Foto: Gustavo Figueirôa)

Como se não bastasse, o governo ainda pretende concluir as obras da rodovia, expandindo-a até o município de Corumbá/MS. Para isso, é necessário construir uma ponte sobre o Rio São Lourenço, ligando os estados de MT e MS. Além de seguir com obras até Corumbá, o que significa a intercessão e degradação de boa parte do Mato Grosso do Sul, prejudicando a fauna e flora regional. 

Ailton Lara, fundador e proprietário do Pantanal Jaguar Camp, afirma: “faremos de tudo para que isso não aconteça, pois seria um prejuízo enorme para a biodiversidade do Pantanal. Nós, do ramo turístico, somos totalmente contra e estamos nos mobilizando para impedir o ato. Esse projeto de lei é uma afronta às pessoas que ali se dedicam, aos profissionais e organizações conservacionistas. A obra acaba comprometendo os trabalhos de conservação.” 

Toda a rede de ecoturismo pantaneira e os projetos conservacionistas têm o nosso apoio na luta contra a federalização da Rodovia Transpantaneira.